segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

POR QUE MEDITAR?
Segundo estudiosos das universidades americanas Columbia e Stanford, a meditação atua sobre o estresse porque, quando a mente se aquieta, a produção de adrenalina e cortisol (hormônios liberados em situações de estresse) é inibida, enquanto a de endorfina (um tranquilizante e analgésico natural tão poderoso quanto a morfina) é estimulada. Só isso já seria um bom motivo para meditar. No entanto, quando deixamos de lado as preocupações com o físico e nos voltamos para o aspecto espiritual, meditar torna-se quase uma necessidade. 

O Mau Estresse ou Estresse Crônico

Hoje, já sabemos que fazer coisas demais, ao mesmo tempo, sem um propósito claro, aprazível e equilibrado, gera alterações fisiológicas, emocionais, mentais e espirituais indesejáveis. Essas alterações são chamadas de distúrbios, e sua causa primeira foi batizada de estresse.
Em termos gerais, o estresse se caracteriza pela elevação de tensão no organismo. Essa tensão, entretanto, é necessária para que possamos enfrentar momentos específicos de alerta, desafio ou perigo. Ela é necessária para a manutenção da vida. Porém, quando não nos adaptamos às constantes mudanças ao nosso redor e não somos capazes de sair desse estado de tensão naturalmente, nele permanecendo prolongadamente e sem necessidade, significa que estamos imersos no mau estresse - também chamado de estresse crônico. É ele que vai, progressivamente, deteriorando um bem imensamente precioso - a saúde. 
São vários os distúrbios decorrentes do mau estresse, mas os gastrointestinais, a hipertensão, dores de cabeça, insônia, taquicardias e quadros de ansiedade já fazem parte do cotidiano de todos nós. A nomenclatura médica os divide em distúrbios do estresse e distúrbios psicossomáticos, e já propõe outras formas de abordagem, prevenção e controle. Entre elas, está a meditação. 

Os Benefícios da Meditação

Os trabalhos de pesquisa do psicólogo e filósofo norte-americano Daniel Goleman (o autor do bestseller Inteligência Emocional) ressaltam a eficiência das práticas meditativas no controle dos distúrbios do estresse. Sua tese inicial baseou-se em suas observações e experiências pessoais. É ele quem diz: 

“Enquanto estive na Índia, em 1971, conheci muitos yogis indianos, lamas tibetanos e monges budistas. Fiquei assombrado com a serena cordialidade, a receptividade e a prontidão daqueles homens e mulheres, não importa a situação. (...) Havia grandes diferenças em suas crenças e em seus antecedentes. A única coisa que compartilhavam era a meditação.” 

Esse é, sem dúvida, um dado muito importante - a prática meditativa é um processo acessível a todos, independentemente das diversidades culturais, sociais, religiosas e políticas. Uma vez que os processos fisiológicos, emocionais, mentais e espirituais são inerentes a todos os seres humanos, torna-se possível a experiência da meditação. 

Segundo Goleman, os benefícios da prática diária da meditação são:

- recuperação mais rápida após situações de grande excitação/ameaça;

- aumento da capacidade de concentração e conseqüente diminuição dos estados de dispersão;

- aumento das defesas imunológicas;

- decréscimo da pressão arterial;

- alívio das dores no caso de angina e arritmias cardíacas;

- redução de dores crônicas;

- diminuição dos níveis de colesterol ruim no sangue;

- aumento do fluxo de sangue para o coração;

- melhoria da regulação de glicose em diabetes adquirido na idade adulta;

- melhoria das vias aéreas comprimidas em caso de asma.

Essas valiosas constatações viabilizam a prática da meditação para aqueles que nunca imaginaram que isso fosse possível ou necessário. E muito embora a meditação não tenha sido concebida como um tratamento ou uma forma de terapia, cada vez mais pessoas no mundo todo utilizam suas técnicas para conseguir alívio para seus sofrimentos.